Entre 18 e 19 de novembro de 2024, os líderes dos países membros do G20, reuniram no Rio de Janeiro, Brasil, para discutir soluções e reafirmar compromissos que enfrentem os grandes desafios globais e garantam um crescimento forte, sustentável, equilibrado, sem deixar ninguém para trás.
O G20 é o principal fórum de cooperação económico internacional. Desempenha um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e da governança mundial em todas as grandes questões internacionais e, conta com presidências rotativas anuais. O G20 é composto, em ordem alfabética, pela África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia.
Portugal aceitou o convite do Brasil, como observador, para acompanhar em permanência os trabalhos, durante este ano, revendo-se nas prioridades apontadas pela presidência da organização, em prol das reformas internacionais necessárias. Importa, também, ressaltar a união entre os dois países que, reforçam, com o gesto, laços comuns culturais e da cooperação lusófona em desafios globais e no apoio às metas e ao multilateralismo.
A cimeira, sob o tema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, culminou com a adoção da Declaração de Líderes do Rio de Janeiro, onde os chefes de Estado e de Governo das maiores economias mundiais se comprometeram com os esforços de reduzir as desigualdades e promover o desenvolvimento sustentável nas suas 3 dimensões (ambiental, social e económica). Com base nas prioridades da presidência brasileira do G20, foram apresentadas ações coordenadas para: (i) enfrentar as mudanças climáticas, promover transições energéticas justas e preservar o meio ambiente (ii) proceder a uma reforma abrangente na governança global, com o fortalecimento das Nações Unidas; (iii) e modernizar a arquitetura financeira internacional, promovendo um sistema multilateral de comércio inclusivo e o desenvolvimento ético da inteligência artificial. Com a Agenda 2030 das Nações Unidas como pano de fundo, é reforçada a importância de parcerias internacionais – plasmado em documento histórico -, para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular o ODS 2, que visa acabar com a fome – um compromisso de justiça social e ambiental -, e a promoção de abordagem integrada para alcançar o ODS 7 (Energia Limpa e Acessível) e o ODS 13 (Ação Climática), refletindo a urgência em colocar a sustentabilidade no centro de todas as decisões.
Como marca da presidência brasileira, foi lançada a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa ambiciosa que visa a erradicação da fome no mundo, até 2030.
A iniciativa, pela Agenda 2030, é palco à consciência e alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ao estabelecer-se o paralelismo com os trabalhos e eventos da Cúpula, nomeadamente na adoção de linguagem transversal e inclusiva, para além das matérias e áreas que sugerem as várias agendas trazidas à cimeira em particular.
A nova aliança já reúne 81 países, 26 organizações internacionais, 9 instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não governamentais, sinalizando um compromisso multilateral para enfrentar este problema estrutural.
O objetivo da aliança é não apenas assegurar acesso universal a alimentos, mas também promover iniciativas que abordem as causas da fome e da pobreza, incluindo desigualdades de rendimentos, falta de oportunidades económicas e desenvolvimento agrícola sustentável.
A cimeira terminou com a passagem de testemunho para a África do Sul, que acolherá a próxima cimeira em 2025, consolidando o papel do sul global na definição de soluções para crises mundiais e promete continuar a promover um futuro mais inclusivo e sustentável.
Acompanhe as conclusões, esta e próximas etapas do evento através do portal oficial do G20.